terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Análise: Star Ocean: First Departure


O remake de um clássico.



Star Ocean: First Departure é um remake para a PSP do clássico da SNES. Este é um remake bem conseguido, mostrando uma clara evolução principalmente na jogabilidade e a nível gráfico face ao original de 1996.

História:
Uma estranha doença surge no planeta Roak, transformando os seus habitantes em pedra. Os nossos heróis partem numa missão para adquirir a cura, viajando no tempo para tentar resolver o mistério e derrotar a fonte do mal.

Este não de facto o ponto forte deste jogo. É a clássica história dos heróis que salvam o planeta. Mas, apesar de ser uma história pouco original, a verdade é que entretém o jogador até ao momento final, sendo que a conclusão desta aventura é realmente a melhor parte da história. Contudo, o jogo pode tornar-se repetitivo ou mesmo aborrecido por obrigar muitas vezes o jogador a regressar a locais já visitados anteriormente.

As personagens existem em grande número (de realçar a existência de personagens secretas), mas são pouco exploradas e a maioria representa o típico papel dos JRPGs, à excepção da Ilia e do Ronyx que se destacam por serem personagens originais e interessantes.

Nota: 6.5/10


Jogabilidade:
Este é um dos pontos onde se nota que houve uma evolução. O sistema de combate é uma das principais alterações face ao original, adoptando o muito aclamado sistema em vigor em The Second Story e Till The End Of Time. Combates divertidos e fluidos, embora nunca representem um verdadeiro desafio e se baseiem em pressionar constantemente o Butão X. Tal como é hábito, o jogador controla uma das quatro personagens em campo, deixando as restantes personagens a cargo da relativamente competente IA do jogo, esta que pode ser alterada dentro e fora do campo de batalha.

É importante realçar a existência do mapa do mundo e seus respectivos componentes, apesar do jogo se manter uma experiências bastante linear. A inclusão de um sistema de habilidades, “Skill System”, deu ao jogo mais profundidade e interesse, pois cada personagem pode aprender uma variedade enorme de habilidades, desde compor música, criar acessórios, aprender a cozinhar e a pintar, alterar armas ou mesmo escrever um livro.

Nota: 8/10



Gráficos:

Tal como é exigido num remake, houve uma clara evolução gráfica. O design mantém-se simples mas é agora muito mais fluido e agradável. Os locais, principalmente as cidades, estão um primor: coloridos, diversificados e muito bem detalhados, surgindo em cenários previamente renderizados. Outra adição que enriqueceu bastante este jogo foi a utilização de sequências em anime para contar a história, o que a nível estético é sempre de louvar, só é pena é serem tão poucas.

Nota: 8.5/10

Som:
É um elemento bastante sólido ao longo de todo o jogo. A banda sonora está ao mais alto nível, com as músicas do original totalmente orquestradas e com uma grande música inicial. Os actores que fizeram as vozes estão no geral acima da média, com destaque novamente para os actores responsáveis pelas vozes da Ilia e do Ronyx. Em First Departure é fácil reconhecer o bom trabalho dos actores, pois conseguiram tornar mais interessantes personagens básicas e vazias. Os efeitos sonoros cumprem na sua maioria os requisitos necessários.

Nota: 9/10


Durabilidade:
Os RPG são jogos que, por serem normalmente muito longos e viverem muito do impacto da história, não deixam grande vontade de jogar novamente. No entanto, First Departure oferece-nos alguns motivos para voltarmos a viver esta aventura. Se nos focarmos apenas no principal o jogo dura cerca de 25 horas, que até nem é muito para um RPG, mas se quizermos completar todas as sidequests e descobrir todos os segredos, ainda teremos algumas horas pela frente. Quando jogarmos novamente, por um lado temos a possibilidade de usar novas personagens e acompanhar a sua evolução, que poderá interferir com o final, e por outro, temos o variado “Skill System” que será difícil de conhecer na totalidade jogando apenas uma vez. Para além disto, ainda temos ao nosso dispor novas armas e acessórios.

Nota: 7/10


Star Ocean: First Departure apesar de ter alguns problemas, não deixa de ser uma oportunidade única para qualquer fã de JRPG conhecer o clássico da SNES através de um remake muito bem conseguido, ainda por cima tendo em conta que o original nunca chegou a sair na Europa.

Nota Final: 7.8/10